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Na Mira do Povo

Hackers invadem e-mails de jornalistas do Washington Post

Ataque levanta suspeita de espionagem de Estado; profissionais que cobrem segurança nacional e China foram alvo. /// Imagem: IA por Alexandre Borges

Porto Velho, RO - Um ataque cibernético atingiu contas de e-mail de jornalistas do Washington Post na noite de quinta, 12, nos Estados Unidos.

Segundo o próprio jornal, a invasão foi direcionada a um grupo restrito de profissionais que atuam nas editorias de segurança nacional e política econômica, especialmente repórteres que cobrem temas sensíveis relacionados ao governo chinês.

A suspeita inicial, publicada pelo Wall Street Journal e confirmada por fontes internas do Washington Post, é de que o ataque tenha sido patrocinado por um governo estrangeiro.

A identidade dos responsáveis ainda não foi determinada, mas o padrão do incidente é semelhante a ataques anteriores de espionagem digital, como o que atingiu a editora da News Corp, dona do Wall Street Journal, em 2022.

Na ocasião, hackers miraram jornalistas que também investigavam ações do governo chinês.

Na sexta, 13, a direção do Washington Post reagiu imediatamente.

Todos os funcionários tiveram suas senhas de acesso redefinidas como medida de precaução, e uma equipe de especialistas em segurança foi acionada para examinar os sistemas internos do jornal.

O editor executivo Matt Murray comunicou que apenas um número limitado de contas foi afetado e que os jornalistas impactados foram informados individualmente.

Segundo Murray, não há qualquer evidência de que outros sistemas do jornal tenham sido comprometidos, nem que dados de leitores tenham sido acessados.

Casos como esse se tornaram mais comuns nos últimos anos, principalmente contra veículos de imprensa que publicam reportagens de alto impacto geopolítico.

Especialistas apontam que ações desse tipo têm como objetivo antecipar publicações sensíveis, monitorar investigações em curso ou extrair informações confidenciais.

Mesmo quando não há vazamento de conteúdo, o simples acesso a agendas, fontes ou mensagens internas pode comprometer o trabalho jornalístico.

O Washington Post informou que reforçou seus protocolos de segurança e segue apurando a origem da invasão com apoio de investigadores externos.

A tendência, segundo analistas ouvidos por agências internacionais, é que o caso seja incorporado ao crescente dossiê de ameaças digitais envolvendo interesses de governos autoritários em interferir na liberdade de imprensa.

O ataque ao Washington Post ainda não havia sido noticiado por veículos brasileiros até a manhã desta segunda.

A ausência de impacto sobre dados de leitores e o foco restrito a jornalistas internos evitaram uma crise maior, mas o episódio escancara a necessidade de investimentos contínuos em segurança da informação por parte da imprensa — uma das instituições mais visadas em tempos de confronto geopolítico.

Se confirmada a origem estatal da invasão, o caso pode aprofundar tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e potências rivais como a China, sobretudo num ano de eleições presidenciais americanas, em que o tema da segurança nacional deverá ganhar destaque.

Fonte: O Antagonista

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