
Porto Velho, RO - O Departamento de Defesa dos Estados Unidos rescindiu US$ 4 bilhões em contratos de serviços de tecnologia da informação com empresas como Deloitte, Accenture e Booz Allen Hamilton.
A medida foi anunciada nesta quinta-feira, 10, em memorando assinado pelo secretário de Defesa Pete Hegseth, como parte da ofensiva do governo Trump para reduzir gastos com consultorias consideradas “não essenciais”.
Segundo Hegseth, os contratos representavam “US$ 5,1 bilhões em gastos desperdiçados”, e seu cancelamento resultará em uma economia estimada de quase US$ 4 bilhões. Parte dos recursos, mais de US$ 1 bilhão, já havia sido desembolsada.
Foram suspensos acordos com a Agência de Saúde da Defesa (Defense Health Agency) e um contrato específico da Força Aérea com a Accenture.
Além disso, foram encerrados outros 11 contratos ligados a atividades relacionadas a políticas woke, mudanças climáticas e resposta à Covid-19.
Apesar dos cortes, o presidente Donald Trump reafirmou nesta semana que o orçamento do Pentágono alcançará, pela primeira vez, US$ 1 trilhão.
As rescisões ocorrem em meio a críticas crescentes da Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês), responsável pela coordenação das compras do governo federal, às grandes firmas de consultoria.
Dez empresas, incluindo Deloitte, IBM e Booz Allen, foram notificadas no mês passado para apontar possíveis economias em seus contratos, como parte de uma revisão dos gastos com consultores.
As respostas foram classificadas como “insultuosas” pela administração, que estabeleceu um novo prazo até 18 de abril para apresentação de propostas de cortes e modelos de contratos com base em resultados ou economia compartilhada.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, acusou publicamente a Booz Allen de envolvimento em supostos esquemas de “grift“, termo que remete a fraudes financeiras, e indicou que a redução da presença de contratados privados no governo será uma das principais fontes de economia do novo mandato.
A Booz Allen afirmou que “recebe o desafio de entregar melhor valor ao contribuinte norte-americano” e declarou estar “engajada de boa-fé em um processo necessário para aumentar a eficiência do governo”.
As medidas fazem parte de uma ampla reestruturação promovida pelo chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk, que vem eliminando gastos considerados supérfluos, como contratos de gerenciamento de anúncios do Google e de serviços de apoio a governos estrangeiros, como o da ilha de Palau.
Simultaneamente, a GSA anunciou um acordo com o Google para reduzir os custos de softwares e serviços, incluindo ferramentas de inteligência artificial, usados pela administração federal.
As reduções também afetam a estrutura interna do Pentágono, que projeta demitir entre 5% e 8% de sua força de trabalho civil, com o argumento de que os postos eliminados “não são críticos para a missão”.
Fonte: O Antagonista
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