A descoberta do século: os destroços do navio Le Lyonnais foram encontrados após 150 anos! Esta jornada arqueológica subaquática revela segredos marítimos do passado. Créditos: depositphotos.com / Pixemac
Porto Velho, RO - Considerado o mais moderno de sua época, o navio Le Lyonnais estava retornando à França após concluir sua viagem inaugural a Nova York quando um desastre o assolou, resultando em 114 mortes. A descoberta foi confirmada recentemente por Jennifer Sellitti, porta-voz da empresa Atlantic Wreck Salvage, após mais de 20 anos de buscas incessantes.
Os destroços foram localizados no mês passado, a cerca de 320 km de New Bedford, Massachusetts. As medições de um cilindro do motor foram fundamentais para a identificação do navio. “Certamente, não está com a mesma aparência de antes”, descreveu Sellitti, atribuindo o desgaste às condições “brutais” do Atlântico.
História do Le Lyonnais e o Desastre
O Le Lyonnais foi construído em 1855 pela Compagnie Franco-Américaine para transportar passageiros e correspondências através do Atlântico. “Foi a primeira tentativa da França de ter uma linha de passageiros bem-sucedida”, afirmou Sellitti. Naquele período, a transição da vela para o vapor estava apenas começando, e o Le Lyonnais representava um avanço significativo.
A colisão que levou ao naufrágio ocorreu na noite de 2 de novembro de 1856. Com 132 passageiros e tripulantes a bordo, a maioria deles franceses, o Le Lyonnais chocou-se com o veleiro americano Adriatic, que se dirigia para a Geórgia.
Como Foi Descoberto o Le Lyonnais?
Jennifer Sellitti detalhou que os destroços foram encontrados a cerca de 200 milhas (320 km) de New Bedford, Massachusetts, especificamente em uma área conhecida como Georges Bank. A descoberta, feita em 24 de agosto de 2024, foi celebrada como um marco após duas décadas de buscas intensas.
“As medições do cilindro do motor foram cruciais para confirmar que se tratava do Le Lyonnais”, explicou Sellitti. A identificação técnica dos componentes do navio foi essencial, dada a deterioração causada pelas condições adversas do Atlântico.
O Que Causou a Colisão?
Segundo relatos, a colisão ocorreu quando o Le Lyonnais mudou repentinamente de curso, tornando a batida inevitável. Jonathan Durham, capitão do Adriatic, que mais tarde foi detido e julgado na França, relatou o incidente ao The New York Times.
Embora o Adriatic tenha sofrido grandes danos, ele conseguiu chegar a Gloucester, Massachusetts, dois dias depois. O navio francês, entretanto, ficou gravemente danificado, com um buraco na linha de flutuação e outro possivelmente próximo às suas carvoarias, levando-o a afundar alguns dias depois.
O Futuro dos Destroços do Le Lyonnais
Com a descoberta, a Atlantic Wreck Salvage pretende explorar mais a fundo os destroços do Le Lyonnais para resgatar artefatos e entender melhor a história daquele período. A expectativa é que novas tecnologias possam ajudar a preservar e estudar os destroços encontrados, oferecendo insights valiosos sobre a navegação no século XIX.
Além disso, a localização dos destroços em uma área conhecida por suas condições difíceis torna a preservação e o estudo uma empreitada desafiadora, mas também extremamente recompensadora. Os resultados dessas pesquisas serão fundamentais para enriquecer o conhecimento histórico e abrir novas perspectivas sobre as viagens transatlânticas daquela época.
Essa descoberta notável não apenas traz closure às famílias das vítimas, mas também oferece uma janela fascinante para a história marítima do século XIX.
Resumo dos Principais Pontos
- O navio Le Lyonnais naufragou em 1856 após colidir com o veleiro Adriatic.
- Os destroços foram encontrados recentemente a 320 km de New Bedford, Massachusetts.
- A identificação foi confirmada por medições de um cilindro do motor.
- O Le Lyonnais foi um dos primeiros navios da Compagnie Franco-Américaine, representando a transição da vela para o vapor.
- A colisão foi causada por uma mudança repentina de curso do Le Lyonnais.
A descoberta dos destroços do Le Lyonnais é um marco significativo que traz novas informações e uma compreensão mais profunda da história marítima, além de proporcionar um novo capítulo para a arqueologia subaquática.
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