‘Geleira do Juízo Final’ causa temor entre os cientistas

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‘Geleira do Juízo Final’ causa temor entre os cientistas

'Geleira do Juízo Final' causa temor entre os cientistas. Créditos: depositphotos.com / ChrisRedfield13

Porto Velho, RO - Em uma missão audaciosa, um robô subaquático autônomo da Universidade de Gotemburgo, Suécia, fez uma descoberta impressionante sob os gelos da Antártida, no local conhecido como ‘Geleira do Juízo Final’.

Batizado de Ran, o submarino não tripulado, com seis metros de comprimento, foi lançado em 2020 para explorar a temida Geleira.

No entanto, após revelar estruturas até então desconhecidas, o robô desapareceu misteriosamente em janeiro de 2024.

O sinal do Ran foi perdido após identificar uma série de formações inéditas sob o gelo.

Pesquisas indicaram que o oceano está infiltrando-se por baixo da Geleira do Juízo Final, derretendo-a devido à água salgada e mais quente, o que pode elevar o nível do mar em até 60 centímetros.
Derretimento acelera o aumento do nível do mar

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, EUA, ficaram alarmados ao descobrir que a água quente do mar flui por quilômetros abaixo da geleira, provocando um derretimento acelerado.

Utilizando satélites e tecnologia de radar, a equipe rastreou a elevação da superfície e constatou que certas partes da geleira subiram cerca de 11 quilômetros.

Atualmente, a Geleira do Juízo Final é responsável por 4% do aumento global do nível do mar anualmente.

Este gigantesco bloco de gelo atua como uma barreira natural para o gelo circundante na Antártida Ocidental e seu colapso poderia resultar em um aumento do nível do mar em 3 metros.

Principais características da Geleira Glaciar Thwaites

A Geleira Glaciar Thwaites é a mais larga do planeta, com dimensões semelhantes ao estado da Flórida, nos EUA.

O que a torna especialmente vulnerável é sua posição em uma área inclinada para baixo, facilitando sua erosão pela água do mar.

“No passado, dependíamos de dados esporádicos para analisar essa situação”, menciona o professor Eric Rignot, coautor do estudo.

“Agora, com um conjunto de dados contínuos, temos uma visão mais clara do que está acontecendo ao longo dos meses.”

Água do Mar contribui para o derretimento das geleiras

A água do mar penetra em cavidades e condutos naturais sob a geleira, acumulando pressão suficiente para elevar a camada de gelo.

“Em certas áreas, a pressão da água está quase equiparada à do gelo sobrejacente, bastando um pequeno aumento para que o gelo seja empurrado para cima”, explica Rignot.

O professor também ressalta: “A velocidade da água do mar eleva o derretimento das geleiras. Quando o gelo derrete, a água doce é substituída por água do mar mais quente, acelerando o processo.”

Impactos das mudanças climáticas nas correntes oceânicas

Há décadas, pesquisadores monitoram as mudanças climáticas e seu impacto nas correntes oceânicas.

Há evidências robustas de que a água do mar mais quente está sendo empurrada para as costas da Antártida e outras regiões polares, exacerbando o derretimento das geleiras.

A missão do robô Ran e os dados subsequentes revelam informações cruciais sobre o impacto direto do aquecimento global na Antártida e, por consequência, no nível dos oceanos em escala global.

O desaparecimento do robô Ran levanta novas questões e destaca a importância de continuar estudando esses fenômenos para criar estratégias eficazes de mitigação das mudanças climáticas.

Enquanto isso, cientistas como Rignot seguem dedicados a entender o comportamento dessas geleiras e como suas transformações podem impactar nosso planeta.

Fonte: O Antagonista

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