Grupo paramilitar russo critica Kremlin e diz que deixará Bakhmut

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Grupo paramilitar russo critica Kremlin e diz que deixará Bakhmut


Líder do Wagner reclamou da falta de munição e insultou governo russo

Porto Velho, RO - Foi com um vídeo nas redes sociais que o líder do grupo Wagner criticou o Kremlin e acusou os altos dirigentes russos de falharem na entrega de munições. Yevgeny Prigozhin anunciou ainda, nesta sexta-feira (5), que a organização paramilitar russa vai se retirar da cidade ucraniana de Bakhmut.

Com dezenas de corpos como cenário e em tom austero, Prigozhin se queixou da falta de apoio e de munições. No vídeo, o líder do grupo mercenário acusou as autoridades russas de não fornecerem armamento e, por isso, serem responsáveis pelas mortes dos militares que lutam pela ofensiva russa.

Com imagens chocantes de vários cadáveres e alguns palavrões, Prigozhin não poupou o Kremlin, criticando diretamente o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, general Valery Gerasimov.

“Falta-nos 70% da munição necessária”, disse em vídeo publicado no Telegram, iluminando com uma pequena lanterna os corpos caídos perto do que parece ser a linha de frente da guerra. "Shoigu, Gerasimov, onde está a munição?", questionou Prigozhin.

“Estes são os rapazes que morreram hoje, o sangue ainda está fresco”, disse. “Vieram aqui como voluntários e estão morrendo para que vocês possam sentar-se como gatos gordos em seus escritórios de luxo”.

Escória

Segundo Prigozhin, o número de baixas seria menor se o grupo tivesse recebido a "devida quantidade" de munições para os combates em território ucraniano invadido pela Rússia.

"Vocês, sua escória, frequentam clubes caros e seus filhos estão aproveitando a vida, e gravando seus pequenos vídeos no YouTube", insultou ainda. "Estes são os pais de alguém, são os filhos de alguém. (...) E esta escória que não nos fornece munições, vai comer as próprias entranhas no inferno".

Esses combatentes contratados por Moscou constituem a força que tomou, desde o final do ano passado, a cidade de Bakhmut, no zona ocidental da Ucrânia. Já na quinta-feira (4), o líder do grupo Wagner disse que em "apenas um dia de combate morreram 116 combatentes" devido à escassez de armamento, que considerou "gravíssima".

Esta não é a primeira vez que o grupo paramilitar critica o Ministério da Defesa por problemas de abastecimento de material bélico, sobretudo munições. Em março, Prigozhin ameaçou retirar os soldados da cidade ucraniana, por este motivo.

"Obrigados a transferir posições"

Nesta sexta-feira o chefe dos mercenários anunciou que, devido à falta de munições e de apoio por parte do Kremlin, vai retirar os combatentes, no próximo dia 10, da cidade ucraniana de Bakhmut.

"Declaro, em nome dos combatentes do Wagner, em nome do comando do Wagner, que em 10 de maio de 2023, seremos obrigados a transferir posições de Bakhmut para unidades do Ministério da Defesa, e retirar os restos dos acampamentos logísticos, para lamber as nossas feridas,” anunciou.

"Vou retirar as unidades Wagner de Bakhmut porque, na ausência de munição, estão condenadas a morrer sem sentido".

Fonte: Inês Moreira Santos – Repórter da RTP

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