Foto de arquivo de 7 de novembro de 2019 mostra sede do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda — Foto: Peter Dejong/AP
Porto Velho, RO - Em abril, um homem russo de 36 anos tentou se passar por um brasileiro para conseguir um estágio no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda.
Os serviços de inteligência holandeses perceberam o que estava acontecendo e o deportaram para o Brasil.
Sergey Vladimirovich Cherkasov, o espião russo, criou uma identidade como brasileiro durante mais de dez anos. Em seus documentos brasileiros, ele se apresentava como Viktor Muller Ferreira, de 33 anos.
Segundo o "The Guardian", o espião faz parte de um programa da Rússia de "ilegais", um esquema do governo russo que existia na época da Guerra Fria e foi restaurado por Vladimir Putin pelo qual os agentes criam uma identidade falsa em um novo país.
Em abril, ele viajou para a Holanda, porque achou que tinha conseguido o estágio no Tribunal Penal Internacional pela identidade de Viktor Muller Ferreira.
No entanto, as agências de inteligência de países do Ocidente já sabiam que ele, na verdade, é um russo a serviço da GRU, o órgão de espionagem dos militares russos.
Quando ele chegou para assumir seu posto, foi detido por agentes da imigração da Holanda e enviado de volta para o Brasil.
A história foi divulgada nesta quinta-feira (16).
Segundo as autoridades holandeses, ele alegou que queria entrar na sede do Tribunal Penal Internacional para investigar supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia.
Anistia Internacional acusa a Rússia de cometer crimes de guerra na Ucrânia
"O AIVD (os serviços de inteligência holandeses) considera [a presença do homem na Holanda] uma ameaça à segurança nacional e alertou o serviço holandês de imigração e naturalização em um relatório oficial", disse a agência.
"Por esses motivos, o agente de inteligência foi impedido de entrar na Holanda em abril" e foi expulso para o Brasil no primeiro voo, disse o AIVD. O Tribunal Penal Internacional foi informado do caso.
Crimes de guerra
O Tribunal Penal Internacional realmente está atualmente investigando supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
Nem a Rússia nem a Ucrânia são membros do tribunal, mas Kiev aceitou a jurisdição do Tribunal e está trabalhando com a Promotoria na investigação de possíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos em território ucraniano.
Fonte: G1
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