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Bolívia sedia encontro “Sin Fronteras” de escritores e gestores culturais da Bacia Amazônica

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Na Mira do Povo

Bolívia sedia encontro “Sin Fronteras” de escritores e gestores culturais da Bacia Amazônica

 Evento internacional realizado nos dia 19 e 20 de maio reuniu no Palácio da Cultura de Guayaramerín escritores e gestores culturais

Porto Velho, RO - Evento internacional realizado nos dia 19 e 20 de maio reuniu no Palácio da Cultura de Guayaramerín escritores e gestores culturais da Bolívia, Peru e Brasil na busca por integração cultural da região.

Organizado pelo professor Juan Carlos Crespo Avaroma (diretor do Palácio da Cultura), em parceria com a Universidad Aberta de Beni, Casa de las Culturas Amazônicas, Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus Jorge Vassilakis de Guajará-Mirim e outras organizações culturais da Bolívia, o evento teve representantes dos departamentos de Pando (Cobija), Cochabamba, Beni (Trinidad e Riberalta) e do Centro Cultural Boliviano-Japonês/Riberalta, Ana Atipa Satonaka.

O Brasil esteve representado por vários professores e professoras da UNIR, entre as quais as Doutoras: Auxiliadora dos Santos Pinto (Campus Guajará Mirim) e Maria Cristina Victorino de Franca (Campus Porto Velho), que junto com seus alunos de graduação e mestrado em Letras; entre eles, um colombiano e um venezuelano, deram brilho ao encontro.

A delegação acreana foi composta pela radialista e poeta Nilda Dantas, o escritor Elias Pedroso, o poeta português (residente em Rio Branco) Manuel Sousa Fonseca, presidente da Casa da lusofonia acreana e o escritor Valdeci Duarte, que em sua conferência abordou o tema “La producción intelectual en las fronteras de la cuenca amazônica.

Um encontro para além das literaturas

A princípio, o que seria um encontro sobre a produção literária e estudos de fronteira, se revelou a partir das falas dos participantes, uma visão global de questões culturais, sociais, educacionais, políticas, econômicas e de desenvolvimento regional.

A programação começou com a professora octogenária, Gaby Cuellar Camacho, fazendo uma homenagem ao Grito libertário da América Latina 1809, mostrando aos jovens presentes que para fazer revolução é preciso vigor e disposição, independentemente da idade; no mesmo tom revolucionário o escritor boliviano, José Luis Durán, não mediu palavras para falar do descaso das autoridades de seu país para com a cultura.

Maria del Pilar Gamarra Téllez, da Casa de Las Culturas Amazônicas, em suas “Reflexiones en torno al abordage de los estúdios de frontera en la cuenca amazônica”, enfatizou a necessidade de rompimento da bolha acadêmica, porque, segundo ela, “falar sobre fronteiras é muito amplo e se faz urgente e necessário que os gestores públicos dos países fronteiriços não meçam esforços para reduzir as barreiras históricas que nos fazem olhar uns para os outros como inimigos.”

Os debates mostraram que desigualdade social, violência, baixo IDH, recursos hídricos, meio ambiente, produção de energia e a desconstrução das fronteiras geográficas, geopolíticas e culturais da Bacia amazônica, são problemas comuns aos países participantes do evento e que, somente com ações colaborativas, através da cultura e da educação, será possível melhorar as condições, inclusive econômicas, das pessoas que vivem na região.

O escritor acreano Valdeci Duarte, em entrevista a este jornalista, falou que “esses encontros interculturais são extremamente importantes para que possamos aprender com nossos vizinhos da fronteira o que temos de semelhantes”.

Para a radialista e poeta Nilda Dantas “mais que vender livros, os intercâmbios nos proporcionam oportunidades de ampliar nosso conhecimento de mundo e fazer novas amizades”.

O presidente da Casa da lusofonia acreana, Manuel Sousa Fonseca, ressaltou que cabe ao governo estadual e também a Universidade Federal do Acre, promover a realização de encontros culturais entre os países de fronteira, pois a troca de conhecimentos são imprescindíveis na construção de uma nova geopolítica para a região. Nessa direção, com músicas, declamação de poesia, umas românticas, outras libertárias e danças tradicionais (como deve ser um encontro de poetas e literatos), a Bolívia já deu o primeiro passo.

Fonte: Diário da Amazônia

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