O julgamento dos acusados de torturar e matar a criança [L. H.] terminou com o pai, madrasta e avó condenados a mais de 150 anos de prisão. A sentença do Tribunal do Júri foi proferida na noite de quarta-feira (1°) no Fórum de Ariquemes (RO), Vale do Jamari.
O júri do caso começou na última terça-feira (30) e, durante dois dias, várias testemunhas falaram aos jurados, composto por quatro homens e três mulheres.
O delegado Rodrigo Camargo foi o primeiro a falar no Tribunal do Júri, como testemunha de acusação. Através de vídeoconferência, Camargo relembrou sobre a investigação do caso e ressaltou ter sido um dos primeiros a chegar no local do assassinato de [L. H.].
Para o Tribunal do Júri, não restou dúvida quanto a culpabilidade dos acusados na tortura e homicídio da criança.
[W. M. da S.] e [I. B.], pai e madrasta de [L. H.], foram condenados (cada um) a 57 anos e 10 meses de reclusão.
Já [S. dos S. M.], a avó, foi condenada a 39 anos de prisão.
O advogado Hamilton Trondoli informou que deve recorrer da condenação de seus dois clientes, [W. M.] e [I. B.]. A defesa de [S. S.] informo que também vai recorrer da decisão.
O pai e a madrasta estão presos desde setembro de 2019, quando a criança foi encontrada morta na varanda de casa.
A avó paterna acabou sendo presa, durante a investigação do caso, porque ela tinha a guarda de [L. H.] e estava proibida de entregar a menina ao pai.
Entenda o caso
Em setembro de 2019, uma menina de dois anos, identificada como [L. H.], morreu depois de ser espancada em uma casa de Ariquemes. Segundo a Polícia Militar (PM), vizinhos acionaram uma ambulância depois de ouvirem a criança sendo agredida. Porém, quando a equipe médica chegou, a menina não tinha mais sinais vitais.
O corpo de [L. H.] foi encontrado na saída da cozinha para a varanda. O pai e a madrasta da criança foram localizados e presos minutos depois, perto de uma prainha do Rio Jamari. Eles carregavam um bebê de 5 meses, filho do casal.
Após o início das investigações, durante interrogatório, o pai e a madrasta disseram que de fato tinham batido na menina duas vezes. O casal teria agredido a criança por ela ter subido em uma mesa, rasgado um saco de farinha, quebrado coisas e feito sujeira. Diante disso, para "corrigir a criança", bateram nela.
A menina morreu com muitas fraturas no corpo. Na época, o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atendeu a ocorrência, disse que ela estava politraumatizada [com traumatismos múltiplos]. Com fraturas no crânio, tórax, quadril e abdômen.
O casal responde também por outros fatos que envolvem tortura e agressão à criança.
Adiante, a Justiça também decretou a prisão preventiva de avó de menina, [S. dos S. M.], já que ela tinha a guarda de [L. H.] e estava proibida de entregar a criança ao pai. Para a polícia, a avó paterna da menina poderia ser responsabilizada pela morte da criança por abandono de incapaz.
Em setembro de 2021, a 1ª Câmara Criminal do TJ, negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de [I. B.]. Com isso, os três suspeitos continuam em prisão preventiva.
Foto: Reprodução/G1 RO
Fonte: G1 RO
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