Com a disparada dos preços de veículos novos e usados, IPVA terá valor mais alto no boleto que chegará ao contribuinte; faça as contas
Porto Velho, RO - Se você possui um carro próprio, prepare-se. Afinal, o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) vai subir bastante no boleto de 2022. Indo direto ao ponto, com a disparada dos preços dos veículos durante a pandemia da Covid-19, os valores do tributo também vão subir - e muito. Nem mesmo modelos populares escaparão do alíquota maior.
Um bom exemplo é Renault Kwid, carro 0-km mais barato do Brasil. Em novembro de 2020, o hatch compacto usado (ano/modelo 18/19) custava R$ 34.438 na Tabela Fipe. Pois em novembro de 2021, o mesmo modelo é cotado a R$ 43.932, ou seja, um aumento de quase R$ 10 mil reais no valor do veículo em apenas um ano - o que representa 1/3 do valor do carro.
E quanto mais caro é o veículo, maior será o aumento acumulado neste ano. Vejamos, por exemplo, o caso do Jeep Renegade, SUV mais vendido do País em 2021. Em novembro de 2020, um exemplar 19/19 da versão Longitude 4x2 com motor 1.8 flex custava R$ 76.186. Agora, o mesmíssimo modelo custa R$ 91.498 no índice da Fipe.
Novos e usadosCabe ressaltar que a alíquota do IPVA é a mesma para veículos novos e usados. Entretanto, no caso dos 0-km, a base de cálculo é o valor da nota fiscal de compra. Já para os usados, segundo a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz), é considerado o valor de mercado medido pela Tabela Fipe.
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a variação dos valores de bens e serviços, os veículos novos aumentaram mais de 20% em um ano - outubro de 2020 até o décimo mês de 2021. O número sobe ainda mais se levar em consideração apenas os modelos usados: 30,25%. Em média, de 12 meses para cá, o consumidor paga 25% a mais na compra de um carro.
Por Estado
Cada Estado tem sua alíquota de IPVA exclusiva. Em São Paulo, por exemplo, a taxa paga é de 4% para os automóveis de passeio a gasolina e flexíveis. Já os modelos que usam exclusivamente álcool, eletricidade ou gás, comprados antes de 15 de janeiro de 2021, têm alíquota de 3%. Veículos com mais de 20 anos de fabricação são isentos.
O governo ainda não divulgou a tabela de valores e as respetivas datas para pagamentos de 2022. Ao Jornal do Carro, o órgão disse que os estudos têm divulgação prevista para dezembro. Entretanto, se o calendário do IPVA 2022 for semelhante ao de 2021, em São Paulo, o imposto vencerá a partir do dia 7 de janeiro de 2022 para carros com placa final 1.
Cálculo
Para guardar dinheiro e preparar o bolso, a dica é calcular previamente o valor do seu IPVA. Para tanto, basta multiplicar o valor de mercado do veículo pela alíquota do seu Estado. Por exemplo, se o seu carro está registrado em São Paulo e, na Tabela Fipe vale R$ 36.000, basta multiplicar 36.000 x 4% = 1.440. Este último é o valor do IPVA, ou seja, R$ 1.440.
De praxe, o IPVA pode ser pago de três maneiras diferentes. Em cota única, com desconto de 3% no mês de janeiro. Dividido em três parcelas: janeiro, fevereiro e março. Ou, por fim, em cota única, sem desconto, no mês de março.
Começo de tudoA falta de semicondutores ocasionada pelas constantes paralisações de fábricas em todo o mundo, por causa da pandemia da Covid-19 - afetou a produção de veículos. Consequentemente, a lei da oferta e da procura colocou os valores de modelos 0-km nas alturas. Nesse sentido, a falta de 0-km a pronta-entrega fez o consumidor migrar para o mercado de usados e seminovos - que também aumentaram.
Chevrolet/DivulgaçãoIsso ocasionou um fenômeno inédito no mercado: veículos seminovos com valor mais alto que novos. De acordo com especialistas, essa inflação também é consequência da maior demanda. Afinal, situações como a impossibilidade de viajar, o fechamento do comércios e a necessidade de transporte individual empurrou as pessoas a adquirir bens, como automóveis, por exemplo.
Para onde vai o dinheiro?
Pago anualmente pelos proprietários de veículos, o valor do IPVA (recolhido como um dos requisitos para o licenciamento) ainda é alvo de dúvida por parte de muitos contribuintes. Afinal, para onde está indo o dinheiro se as ruas e estradas continuam em péssimas condições?
De acordo com a Sefaz, 20% vai para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O valor fica repartido meio a meio para o Estado e a outra metade para o município de registro do veículo. Nesse sentido, a parte que cabe ao Estado destina-se à áreas como saúde, educação, segurança pública e, por fim, infraestrutura.
Como pagar?O IPVA recebe pagamento pela rede bancária autorizada (guichê do caixa, autoatendimento, internet banking, débito agendado) ou nas casas lotéricas. O primeiro passo, portanto, consiste em utilizar o código Renavam. Para encontrar o número, basta recorrer ao Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV). Uma dica da Sefaz: nunca pague o IPVA por meio de guias emitidas em programas não oficiais.
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