Indicados políticos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS, na sigla em inglês) tentaram interferir no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) do país acerca da publicação de atualizações como o número de mortos por COVID-19.
A informação foi revelada em uma publicação do jornal Washington Post no sábado (12), citando o porta-voz do HHS, Michael Caputo. Segundo o jornal, os funcionários do HHS tentaram "atrasar, mudar e impedir" a publicação de relatórios do CDC sobre o novo coronavírus para impedir o impacto das informações sobre o discurso político de Trump.
A reportagem do jornal repercute e confirma informações reveladas em uma entrevista exclusiva na sexta-feira (11), quando o portal de notícias Politico publicou que altos funcionários do HHS reclamaram abertamente em e-mails enviados ao diretor do CDC, Robert Redfield, que os relatórios da agência iriam minar os comentários tecidos por Trump de que os EUA têm a pandemia sob controle.
Em declarações ao Washington Post, Caputo confirmou a autenticidade desses e-mails, acrescentando que os relatórios médicos sobre a pandemia, principalmente em ano eleitoral, não são meramente uma questão científica.
"Mas em um ano eleitoral, e na época da COVID-19, não é mais unanimemente científico. Há conteúdo político", disse Caputo ao jornal, confirmando as suspeitas.
© SPUTNIK / BRIAN SMITH
Pessoas com máscaras em uma rua de Nova York durante pandemia, nos EUA
Anteriormente, outras medidas foram tomadas de modo semelhante. Em julho deste ano, o governo Trump impediu o diretor do CDC, Robert Redfield, de testemunhar em uma audiência no Comitê de Educação e Trabalho da Câmara dos Representantes dos EUA para discutir as medidas para reabrir as escolas do país em meio à pandemia. O presidente já havia criticado as diretrizes do CDC para a reabertura de escolas por serem supostamente muito rígidas.
Os Estados Unidos têm o maior número de casos registrados de COVID-19 no mundo, com quase 6,5 milhões de testes positivos até o momento, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Ainda segundo a universidade, o país tem também o maior número de mortes causadas pela doença, com mais de 193 mil óbitos.
Fonte: sputniknews
0 Comentários