Os ministros de Jair Bolsonaro deram versões divergentes sobre a reunião entre o presidente e a cúpula das Forças Armadas em 2 de maio, às vésperas da participação de Bolsonaro em ato antidemocrático. Segundo reportagem da revista Piauí, o tema do encontro foi a articulação de golpe do Estado com fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) pelas Forças Armadas.
A coluna Painel da Folha de S.Paulo informa que houve pelo menos três versões diferentes sobre a reunião, em resposta a um pedido de esclarecimentos do deputado Ivan Valente (PSOL) com base na Lei de Acesso à Informação.
Todas as respostas dos participantes foram convergentes apenas em um aspecto: não houve convite formal (apenas verbal) nem ata do encontro.
Veja as diferentes versões, que indicam claramente que as versões sobre a reunião são mentirosas e buscam esconder seu real objetivo:.
1. A versão que parece ser mais próxima do que de fato aconteceu foi a do general Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, coincidente com a de Pedro Cesar Nunes Ferreira, do gabinete pessoal de Bolsonaro. Ambos responderam que o encontro tratou de "assuntos institucionais afetos às atribuições dos órgãos ali representados".
2. O general Fernando Azevedo, ministro da Defesa, disse que foram discutidos "aspectos relacionados ao enfrentamento da Covid-19".
3. O general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, afirmou que foi discutida "a participação das Forças Armadas no combate ao desmatamento da Amazônia".
No dia seguinte à reunião, em 3 de maio, domingo Bolsonaro discursou a manifestantes de extrema-direita em frente ao quartel-general do Exército e disse que não teria mais diálogo com o Supremo. Ele mostrava irritação com a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo de seus filhos, para a Direção-Geral da Polícia Federal.
Fonte: Brasil 247/(Foto: Valdenio Vieira/PR | STF | Najara Araujo/Câmara dos Deputados)
0 Comentários