Mais um escândalo: CVM questiona falta de transparência do BNDES na venda da AES Tietê

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Mais um escândalo: CVM questiona falta de transparência do BNDES na venda da AES Tietê


(Foto: REUTERS/Sergio Moraes | REUTERS/Rodrigo Garrido)


Porto Velho, RO  - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) criticou a iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de vender sua participação na geradora de energia AES Tietê ao grupo americano AES Corp., sendo a proposta da companhia estadunidense mais baixa do que a do concorrente no processo. A CVM quer saber do BNDESPar, braço de participações do banco, por que o órgão não havia feito um comunicado ao mercado sobre a transação.

O que chamou a atenção da comissão foi a forte especulação sobre o papel da AES Tietê durante o pregão desta terça-feira (28). A ação chegou a cair mais de 10% durante a manhã e terminou o dia com queda de 8,35%. Várias informações estratégicas sobre o processo foram vazadas para a imprensa desde o fim da semana passada, antes mesmo de serem comunicadas ao mercado.

Sobre o questionamento acerca da falta de transparência, o BNDESPar responsabilizou a AES Tietê. "Não possuindo a BNDESPar, na presente data, quaisquer valores mobiliários de sua emissão negociados no mercado, entendemos não haver que se falar de fato relevante divulgado ao mercado pela própria BNDESPar, pois tal divulgação deve ser feita pela AES Tietê", afirmou o órgão em sua resposta à CVM.

Conforme publicou o Brasil 247 nesta terça, a AES Corp. deu vários calotes no BNDES ao longo dos anos, desde que adquiriu o controle da Eletropaulo no conturbado processo de privatizações do governo FHC.

Numa entrevista, concedida em 2003, o então presidente do BNDES, Carlos Lessa, criticou a postura da AES Corp. "Uma empresa que está em 34 países não pode deixar de nos pagar. Senão cadê minha moral para cobrar da fabriqueta de farinha? Alguém que nos deve US$ 1,2 bilhão não pode chegar e dizer apenas 'Refinancie!'. Ou a AES nos paga ou devolve a Eletropaulo”, afirmou.

Outra polêmica gerada mais recentemente pela AES Corp. foi sua atitude de afirmar publicamente que não reconheceria o direito a voto dos acionistas minoritários na análise de uma possível fusão da AES Tietê com a também geradora Eneva. O problema é que as ações da AES Tietê são negociadas no nível 2 da B3, cujo regulamento é explícito em determinar que, nos casos de combinação de negócios, os detentores de ações preferenciais também têm direito a voto na análise da operação. A postura dos americanos fez a B3 divulgar publicamente um parecer reforçando o direito dos minoritários.

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